Notas Iniciais
Antes de mais nada, venho agradecer ao meu grande amigo Richard por estar me ajudando com a edição e correção dos capítulos.
ありがとう、リチャードくん!
Sem mais delongas, vamos lá!
O
coração de Marcos palpita. Sua perna treme. Ele respira fundo e continua
encarando o prédio do Comitê de Batalhas de Olivine.
“Nada
de pânico. Vai ficar tudo bem. Sua vaga já está garantida. Você só precisa
entregar os documentos...”
Eram
os pensamentos do jovem – isso quando ele conseguia dar ouvidos a eles, pois
seu abdômen reclamava por causa de sua ansiedade. A ligação entre o trato
digestivo e o sistema nervoso é um tanto traiçoeira. Ainda mais para pessoas
especialmente emotivas.
—
Desistiu de novo! — Ele escuta uma voz masculina distante.
Era
um rapaz, junto de uma mulher, olhando seu telefone. Provavelmente eles nem
perceberam o jovem e ele não era um tópico, mas Marcos resolveu tomar as dores.
“Eu
vou mostrar quem tá desistindo!” Pensou o jovem.
Ele
marchou em direção à entrada e adentrou o prédio.
O
golpe de ar gelado do Ar Condicionado do local deu mais alguns pontos de
ansiedade ao jovem. Porém, ele conseguiu sacudir os sentimentos e correu para a
recepcionista.
—
B-bom dia! Eu... quero entregar meus documentos... Pra ser... Uh... Líder de
Ginásio... — Falou o jovem, como diz a expressão, “para dentro”.
Felizmente
a recepcionista era bem treinada para atender pessoas com o mesmo problema do
Marcos. Tímidos, ansiosos, confusos... É comum ver jovens assim hoje em dia.
—
Pegue o corredor à direita e vire à esquerda. É a sala 15. Você está com todos
os documentos necessários?
—
Direita, Esquerda, 15... Oh? Oh, sim! Cartão de Treinador, Identidade, CPF,
Comprovante de Residência... Tem esse formulário... — Responde, tirando um
envelope contendo vários documentos. Alguns até desnecessários, mas Marcos
resolver trazer todos só por precaução.
—
Isso, isso. Agora, pegue sua ficha e este outro formulário.
A
moça entrega um papel totalmente preenchido e um pedaço de papel plastificado
com um grande 23 estampado.
—
Muito Obrigado! — Responde, dando uma rápida reverência. É algo cultural em
Johto as pessoas darem uma abaixada em cumprimentos, agradecimentos, despedidas
e pedidos de desculpas.
—
Não há de quê. — Responde a moça, com um sorriso, já recebendo outra pessoa que
chegara logo após Marcos.
Marcos
perambula pelo corredor indicado, olhando para todas as portas, escaneando a
arquitetura do local. Ele então chega na porta indicada. A Sala 15. Ele
timidamente abre a porta.
O
local contava com várias cadeiras braçadas e um birô onde havia um senhor
folheando documentos.
Aquilo
lembrava Marcos de uma Sala de Aula.
Ele
se senta e começa a escrever o formulário.
Dentre
as várias perguntas havia uma importante: Qual o tipo que você se especializa?
Marcos
tomou um segundo para pensar. Ele sabia que mais cedo ou mais tarde lhe
perguntariam isso. Porém, ele mesmo não tinha certeza.
Ele
gostava dos tipos metálicos, assim como sua amiga Jasmine. Mas ele nem tinha
muitos Pokémon metálicos no seu time...
Ele
percebeu o tempo passando.
“Tanto
faz!” Ele pensa, e assinala a opção “Metálico”.
Após
alguns minutos, seu nome é chamado. Ele entrega os seus documentos. Apreensão
toma conta dele e sua perna balança.
—
Certo, senhor Marcos... Você está oficialmente participando das Eliminatórias
da Competição de Título do Ginásio de Olivine. Boa Sorte.
Marcos
mal podia acreditar. Estava acontecendo mesmo! Seu coração bateu mais forte e
ele sorriu sem jeito.
—
Muito Obrigado! — Mais uma vez, ele deu uma reverência sem jeito e saiu da sala
– aliás, do prédio, correndo.
Ao
voltar ao ar livre, ele solta um grande suspiro, como se estivesse prendendo a
respiração o tempo todo. Ele solta seus ombros e relaxa seu pescoço, pendendo-o
para trás. Ele estava tão tenso...
Ele
resolve comprar algum chocolate para relaxar um pouco. Ele anda até uma barraca
e compra uma barra.
—
Vai chover! Marcos saiu de casa pela primeira vez no trimestre! — Diz uma voz
masculina familiar a Marcos.
— Vitor?
— Eu
mesmo! — Diz um jovem rapaz, pele morena, cabelos cacheados castanhos, olhos
avelãs e um sorriso de lado — Agora... Você é você mesmo ou é... Um Ditto?
O
Jovem cutuca rapidamente a cintura de Marcos. Marcos se evade, sentindo
cócegas.
—
PARE! HAHAHA!
— É
tu mesmo. A cutucada no vão da costela nunca falha.
—
Palhaço!
Os
dois riem e voltam à conversa. Marcos oferece um pedaço de seu chocolate, mas
Vitor nega. Ele nunca foi tão fã de doces. Eles se sentam em um banco e
continuam a conversa.
— E
o que faz Vossa Senhoria sair dos confortos do seu quarto para desbravar os
perigos de Olivine?
—
Hoje foi o dia de mandar os papéis pra competição, tá ligado?
— Ah
sim, sim! Lembrei agora. — Vitor coloca a mão no ombro de Marcos e dá uma apertada
amigável — Quando você ganhar, eu quero minha insígnia!
—
Primeiro você vai ter que me derrotar. Isso SE você conseguisse!
—
Óia pra ele...! Bora ver então se o bonzão é bom mesmo! — Ele se levanta e
retira uma Great Ball de seus bolsos — Te desafio para uma batalha!
—
Tá... — Marcos se levanta, fazendo um semblante que era difícil definir se era
dor ou preguiça — Mas pode ser um contra um? Só tô com o Hagane...
—
Que despreparado... Pode ser, vai.
—
Ótimo.
Ambos
caminham para um pequeno campo de batalhas na praça ali por perto. Batalhar nas
cidades não é muito considerado em Johto. Além de poder ser perigoso, com os
Pokémon acertando pessoas, veículos ou janelas sem querer, ainda podem bloquear
ruas ou calçadas.
Mas sabendo o quanto os jovens amavam batalhas, cada cidade se responsabilizou por criar pequenos campos de batalhas, geralmente perto de Centros Pokémon, para que os treinadores tivessem onde batalhar. Afinal, querendo ou não, batalhas iriam acontecer e proibi-las não era uma opção.
Mas sabendo o quanto os jovens amavam batalhas, cada cidade se responsabilizou por criar pequenos campos de batalhas, geralmente perto de Centros Pokémon, para que os treinadores tivessem onde batalhar. Afinal, querendo ou não, batalhas iriam acontecer e proibi-las não era uma opção.
—
Vamo’ sem Juiz mesmo? — Vitor pergunta.
— É
uma batalha casual, não tem pra que formalidade.
—
Certo. Então... Vamos lá, Heracross!
Da
Great Ball, saiu um grande escaravelho azul, que zuniu suas asas, enquanto
produzia um som com sua boca.
—
Indo na vantagem, né espertinho?
—
Ué, o treinador de alto escalão é você! Vamos ver do que você é capaz!
Marcos
dá um suspiro curto, enquanto sorri. Mas que atrevido! Ele não tem outra
escolha, no entanto. Ele saca a Pokéball de seu parceiro Pokémon e a lança.
—
Vamos, Hagane!
O
grande dinossauro metálico sai de seu confinamento, rugindo. Qualquer um
passando pensaria “que Pokémon feroz!”, mas isto era apenas o que transparecia
na carapaça do grande Pokémon. Na verdade, Hagane era bem manso. Quando não
estava batalhando, isto é.
—
Seu Aggron tá com a carapaça mais brilhante que o usual...
—
Poli ele ontem. — Respondeu o jovem, se pondo em “pose de combate”.
—
Bem, prepare-se para fazer tudo de novo! Heracross! Ataque Corpo-a-Corpo!
O
Pokémon escaravelho corre em disparada para cima do seu oponente, preparando
uma chuva de socos.
—
Ice Punch!
Antes
que Heracross pudesse até mesmo dar seu golpe, Hagane deferiu-lhe um rápido,
frio e brilhante soco no abdômen. Esta era a desvantagem do ataque Corpo-a-Corpo. É muito poderoso, porém,
o Pokémon mantém a guarda baixa enquanto isso, dando oportunidades para
contra-ataques.
—
WHOA! ESSE FOI FORTE! Mas esperávamos por isso! Contra-ataque!
Heracross
armazena todo o dano que recebeu, fazendo seu corpo brilhar. Ele então devolve
o ataque com um murro no queixo do Aggron. O grande Pokémon recua, e Marcos põe
a mão no seu queixo, analisando a situação.
—
Smart Strike!
Hagane
focou em Heracross e avançou com tudo, mirando com seus chifres. Heracross foi
mandado voando para o outro lado do campo, com sua carapaça arranhada.
— O
quê... Que ataque é esse?! — Pergunta Vitor, em confusão.
—
Importei esse TM esse mês. Gostasse?
—
Heh. Você e sua mania de falar os golpes em inglês.
Como
Marcos sempre acompanhou batalhas pela televisão, e principalmente as da Liga
Pokémon de Galar e do PWT de Unova, ele se acostumou em ver as pessoas falando
os movimentos em inglês – tanto é que espelhou esse habito também em suas
batalhas.
Na cabeça dele, isso também servia de estratégia para seus oponentes ficarem confusos quanto à que ataque ele está usando. O que na verdade até funcionava, sabendo que a pronúncia de Marcos não era a mesma pronúncia que um nativo teria, além de que ele comete ainda mais erros quando está nervoso.
Na cabeça dele, isso também servia de estratégia para seus oponentes ficarem confusos quanto à que ataque ele está usando. O que na verdade até funcionava, sabendo que a pronúncia de Marcos não era a mesma pronúncia que um nativo teria, além de que ele comete ainda mais erros quando está nervoso.
—
Bom, ainda temos a vantagem. Certo, Heracross?
O
Pokémon responde com um zunido e um balançar de cabeça afirmativo.
— Então
vamo’ lá! Heracross, Multiplicar!
O
corpo de Heracross é totalmente encoberto por brilho, e dele, saem cópias do
Pokémon, se espalhando pelo campo de batalha.
— Não
vai funcionar. Smart Strike! —
Comanda Marcos.
Hagane
foca nos Heracross. Ele observa atentamente cada um deles, até que percebe: Uma
das cópias não está translucida! Ele vai com tudo para cima do Heracross
suspeito e o acerta em cheio.
—
Ow! Como assim?
— Smart Strike é um golpe que não erra! Um
dos melhores movimentos do tipo metálico! — Respondeu Marcos, cruzando seus
braços e fazendo um sorriso irônico.
Vitor
fica pensativo. Marcos sempre teve essas estratégias. Não errar, roubar a saúde
do adversário enquanto se cura, evadir ataques... Algumas batalhas com ele eram
até imprevisíveis, mesmo que eles sejam amigos e ele até tenha conhecimento de
suas estratégias.
— Ou
você é muito bom, ou eu sou muito ruim... Heracross, Mega Chifre!!
Heracross
focaliza toda sua energia em seu grande chifre. O mesmo começa à brilhar em uma
luz verde. Heracross avança sobre Hagane, usando até mesmo suas asas como um
impulso. O impacto faz o grande Pokémon se desequilibrar e cair.
—
Boa!... Mas nós que vamos acabar com isso. Hagane! IRON TAIL!
Com
grande paixão, Marcos dá o comando ao seu Pokémon. Seu movimento favorito.
Claro, a chance do Pokémon errar o movimento é relativamente alta, porém dava
um bom dano, e Marcos sempre usava como golpe final.
O
Pokémon metálico correu em direção ao Heracross, concentrando energia em sua
grande cauda, fazendo-a brilhar. Hagane então gira, golpeando o adversário com
sua cauda.
Pelo
impacto, Heracross é lançado até um dos lados do campo de batalha, já com
dificuldade pra levantar.
—
É... Já deu. Você venceu. — Vitor caminha até seu Pokémon e lhe oferece uma
fruta, tirada de sua bolsa — Aqui, amigão. Coma isso e descanse.
—
Você batalhou bem! Pena que você não investe tanto em batalhas...
— Eu
nunca realmente quis entrar nessas coisas de Liga Pokémon entende? — Vitor se
levanta e fica de frente pra Marcos — Quer dizer, batalhar é bom! Mas eu sempre
quis mesmo é seguir carreira na música. Você do contrário, sempre se amarrou em
batalhas... Fez de tudo pra coletar todas as insígnias de Johto... Eu já me
sinto completo tendo ganhado a de Olivine.
— É,
mas... Eu desisti...
—
Sim, mas esse é o fato: Você desistiu! — Vitor pôs a mão no ombro de Marcos —
Se você tivesse tentado, quem sabe você não era o campeão até agora!
Marcos
pendeu sua cabeça pro lado e expirou. Isso era verdade. Esse era o peso que ele
sentia. Ele desistiu sem nem tentar! Mas o problema foi justamente porque ele
estava com medo. Medo de falhar. Pois desde pequeno, todos apontavam seus
erros. Todos os seus erros. E por causa disso, ele não via o quanto ele
acertava.
—
Mas quer saber? Isso é passado! — Vitor balançou os cabelos de Marcos de forma
brincalhona — Agora temos aqui Marcos, o Líder de Ginásio!
— Se
eu ganhar...
— Quando ganhar! Não pense em “se”, pois
“se” é uma hipótese! Você impõe barreiras quando fala “se”. Porém, “quando” é
diferente! Você tá impondo metas!
Marcos
pôs uma cara sarcástica — Virou coach agora?
—
4,00 contos o minuto.
Ambos
gargalharam. Eles retornaram seus Pokémon e caminharam até o Centro Pokémon,
não longe dali, para curar seus Pokémon.
Uma
coisa Vitor estava certo, Marcos era seu próprio inimigo. Ele mesmo que impunha
as próprias barreiras e acha que é incapaz. E só o próprio podia mudar essa
realidade e definir que seria um grande Líder de Ginásio no futuro.
Hello Sonny!
ResponderExcluirCapitulo divertido com essa batalha para mostrar que o Marco é um bom treinador apesar da insegurança dele, vamos ver logo essa competição de líder ^^
Comentário curto pois estou indo para o próximo já!