A História de um Gym Leader

terça-feira, 14 de abril de 2020

Capítulo 3 – Cerimônia de Abertura

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Notas Iniciais

Eu mudei o template do blog de novo para um mais responsivo e bonito. Em breve, as páginas de personagem serão adicionadas, visto que eu já preparei artes de três personagens.
Este blog então seria o local onde você encontraria tudo em relação à história. Artes e Informações dos personagens, capítulos extras, e claro, capítulos vindos mais cedo e, dependendo se você se inscrever na newsletter do blog, você também terá eles notificados em primeira mão no seu email.
Mais uma vez, obrigado ao Richard por estar me ajudando com a edição da história.
Sem mais delongas, ao capítulo.





Do nada, lá está. O teto do quarto de Marcos.
Marcos respira fundo e continua encarando o branco. Ele queria sair da cama, e ao mesmo tempo não queria. Ele sabia do compromisso importante hoje… Mas ao mesmo tempo não queria sair de casa.

Ele solta um longo suspiro. Ele deveria dormir de novo? Ele deveria sair da cama?

— Filho? — Uma voz, levemente abafada, vem detrás da porta do quarto de Marcos. O dono da voz era, obviamente, seu pai.
— Oi. — Marcos responde, com um peso na voz. Típico de alguém que “não está com saco pra nada”.
— Posso entrar? — Diz o homem, já abrindo a porta e passando a cabeça pela fresta da porta que ele abrira.
— Já entrou...
— E aí, filhote? Não vai levantar?… A cerimônia de abertura começa às 10... E já são 8:30! — O homem entra e se senta na base da cama.

Marcos dá um longo suspiro e volta à olhar para cima.

— Já vou...
— Seja rápido, por que conhecendo você, você vai demorar duas horas pra comer, tomar banho e se aprontar pra sair. E o comitê nem é tão perto assim daqui, você vai ter que tomar um ônibus primeiro-
— Táááá! — Marcos interrompe seu pai, já se sentando na cama e buscando seu celular, observando a hora, as mensagens, notificações, previsão do tempo...

— Bom, tem torradas no forno, queijo na geladeira, se quiser faz um café... cê já sabe. — O pai de marcos se levanta da cama.
— Sim, valeu. — Marcos se levanta e se despreguiça, bocejando e suspirando.
— Filho?
— Sim, pai?
— Você consegue.

Marcos foi abraçado pelo seu pai. Ele não costumava mostrar tanta afeição, mas sabendo que esse era um dia muito importante para seu filho, ele não teve como mostrar seu apoio. Ainda mais sabendo como seu filho se sentia por dentro.

O homem foi fazer seus serviços enquanto Marcos foi aprontar-se para o que seria um grande dia.
Ele comeu bastante para não acabar sentindo fome no meio de tudo e tomou uma boa caneca de café, pra não sentir sono de repente, já que além de não conseguir mais dormir cedo já faz um bom tempo, ele também não conseguiu pregar os olhos nesta noite.

Andando pra lá e pra cá, pensando “o que eu esqueci”, ele voltou da porta três vezes para buscar seu time de Pokémon, afinal, nunca se sabe, colocar uma coisa ou outra na mochila dele, que ele sabia que não ia precisar, mas seu cérebro não descansava se ele não estivesse com uma, lotada de itens parcialmente úteis... E até mesmo buscar a própria chave de casa. Como ele planejava sair de casa e esquece de pegar a chave na cômoda?

Finalmente, depois de muito vai e vêm e um princípio de dor de barriga de ansiedade... Ele finalmente sai de casa.

● ● ●

Ele finalmente chega no Comitê de Batalhas. Correndo, como sempre.

Só restavam 15 minutos para o início do evento. O que ele estava pensando? Ele se atrasou total! Logo ele que entrou por benefício!

Bom, o primeiro ônibus lotou… E o segundo ônibus atrasou…

Mas se ele saísse de casa mais cedo!…

Não importa. Agora é viver o momento e enfrentar as consequências.

Ele entrou correndo no prédio e perguntou a recepcionista, desesperado, as direções.

Assustada, porém entendendo a situação, ela deu a direção dos vestuários. — A abertura começará em breve. Por favor se apresse e se prepare. — Respondeu.

Marcos agradeceu e correu de novo.

Ele finalmente chegou no vestuário masculino e logo tomou um canto para se sentar.

A maioria dos rapazes estava vestindo roupas levemente esportivas – talvez numa tentativa de emular as cerimônias de abertura de Liga Pokémon que acontecem em Galar. Porém, não nos foi dado nenhum uniforme.

A sala estava cheia de caras conversando. Pessoas que Marcos não conhecia. Marcos não gostava disso. Muitas pessoas e nenhuma conversando com ele. Não que ele quisesse, pois ele não gosta de desconhecidos. Falar com estranhos é uma situação muito desajeitada.
Marcos saiu do lugar que estava e foi para alguns assentos mais afastados, no canto da parede, onde ele podia “sumir”.
Ele ficou mexendo no celular enquanto nada começava. Cada minuto parecia uma eternidade, e ele acabou se cansando de jogar seu joguinho mobile favorito.

Ele começou a escanear a multidão que ali estava.

Ele olhou para aquele cara… Aquele outro cara… Hã, o que aquele cara ali está fazendo? Eww. Vamos olhar na outra direção…

E ao virar sua cabeça… Ele percebe, dentre os rapazes, um cara que tinha um rosto familiar… Mas… Não era possível… Será que… Era ele?
Então, provavelmente percebendo a encarada, o rapaz olha na direção de Marcos. Imediatamente, o Homem parece reconhece-lo.

— Marcos?
Oh não. Ele o viu. Será melhor mudar o olhar? Agora não dá mais tempo, ele já viu!
— Sou eu! Walter! — O rapaz vêm em direção à Marcos — Você lembra de mim, não é?… Eu tentei tanto falar com você!…
Sem dúvidas, aquele era Walter. Apenas muito diferente do que ele lembrava!
Mais alto, bem mais forte, uma voz mais grossa e um estilo de roupas bem mais esportivo do que ele costumava usar antes. Assim como uma barbicha que não estava ali antes.
O cabelo era o mesmo, no entanto. O mesmo penteado, o mesmo loiro. Assim como seus olhos turquesas.
— Eu senti sua falta, eu… — Walter chegou mais perto. Marcos se levantou. Provavelmente “fugir dali” passou pela sua cabeça, mas antes que ele pudesse realmente refletir qualquer coisa, Walter deu-lhe um abraço apertado — ME DESCULPA!!

O abraço era como o de um Bewear. Marcos mal podia respirar. O abraço demorou uns bons 3 segundos, com Walter se lamentando e pedindo desculpas. Marcos arranjou alguma força e deu algumas tapinhas no ombro do rapaz, que entendeu o recado e o soltou. Marcos engoliu montes de ar, ainda tentando se recuperar de todo o choque.

— Foi mal eu… Perdi um pouco o controle…
Marcos recuperou seu fôlego, mas ainda não tentou de fato responder ao antigo amigo. Aquele quem ele escolheu não falar mais. Aquele quem ele achou que nunca mais o veria. Aquele com quem ele tinha uma mágoa… Que ele nem lembrava o porquê tinha!
— Eu… mandei mensagem em tudo quanto é lugar… Buddybook, Trainer’s Spot… Tentei até DM no Switter! Inclusive, aquele seu @ ainda é o mesmo? A conta parece abandonada…
— Você tinha que aparecer… Justo hoje…

Antes que Walter pudesse pensar numa resposta, todos os treinadores foram chamados. Era a hora da exibição. Marcos foi na frente, e deixou seu antigo rival para trás, com uma cara decepcionada.
Todos entraram no campo de batalha, que era bem maior que um campo de batalhas comum que você encontra numa cidade ou até mesmo num Ginásio. Era mais ou menos o tamanho de uma quadra esportiva.

Ali eram decididas batalhas importantes. Um exemplo dessas batalhas é justamente a batalha decisiva para decidir o próximo Líder de Ginásio. Outros campeonatos também acabavam acontecendo por ali, e não era incomum de “emprestarem” o campo para outros fins esportivos.

A arquibancada estava cheia. Todos gritando e torcendo. Alguns já clamando o nome de seus favoritos. Aquilo estava realmente afetando Marcos. Ele odiava multidões, gritarias, pessoas desconhecidas… Ele nunca se imaginou num local daqueles.

Ele tentou imaginar seus amigos nas arquibancadas. Tentou até encontra-los… Mas só de olhar aquele local, fervendo de gente, ele ameaçou passar mal. Então, ele ignorou tudo aquilo, respirou fundo e só continuou andando e tomou seu lugar marcado.

A apresentação começou. O anfitrião agradeceu a presença de todos e anunciou o número de candidatos participantes. Haviam, na verdade, 64 aspirantes a Líder. Um número perfeito para um sistema de eliminatórias.

Ele então dá os destaques.

Marcos Iron, um rapaz que coletou todas as insígnias de Johto e foi indicado pela própria Líder de Ginásio atual.

“Por que ele me chamou primeiro?” Ele pensou.

Walter Nuckols, um rapaz que também coletou todas as Insígnias de Johto, tendo ganhado no Torneio de Driftveil no PWT, há um ano atrás.

Marcos lembrava desse torneio. Mas ele desligara a TV assim que viu quem estava dentre os participantes. Se a ferida não estava fechada hoje, quem dirá naquele tempo!

Amaya Kawakami, uma jovem promissora que coletou não só as insígnias de Johto, como também coletou 5 insígnias em Kanto. Aparentemente, ela costuma cruzar Pokémon para garantir Pokémon com uma grande variedade de movimentos e com potenciais maiores.

Hugo Oliveira, um jovem muito inteligente que, apesar de ter apenas coletado 5 insígnias em Johto, ele já levou o ouro em múltiplos campeonatos em várias localidades, dentro e fora de Johto. Atualmente, ele ajuda professores no mundo todo no desenvolvimento de aplicativos de Pokédex.

Apenas estes quatro participantes foram apresentados, o que deixou o resto dos competidores um tanto chateados. Afinal, todos gostam de ser o centro das atenções de vez em quando, e muitos se consideravam até mais importantes que os que foram apresentados.
Porém Marcos não. Ele não se achava digno de ser um centro das atenções. Ele só fez coletar insígnias! A única coisa que o diferencia é que ele foi recomendado pela Líder de Ginásio, que era sua amiga de infância, fazendo isso, na cabeça dele, ainda mais questionável.

— Agora, com nossos Treinadores Destaque apresentados… Vamos começar a nossa Batalha de Abertura! — Falou o anfitrião, excitando toda a torcida.
— Batalha de Abertura?… Ninguém me avisou disso! — Marcos falou. Ele começou a buscar na memória se ele não tinha pulado algo.
— A Batalha de Hoje será um amistoso em duplas. As nossas duplas serão… — O homem vira-se para o telão que agora mostravam os participantes — Marcos e Walter versus Amaya e Hugo!

O estômago de Marcos afundou. Toda a gritaria parecia ter ficado abafada enquanto ele tentava digerir tudo.
Ter que ficar em frente à um mar de pessoas já era desesperador. E ainda mais, ter que batalhar ao lado de uma pessoa do qual ele não queria mais ver na vida?
Tudo começou a girar, e Marcos começou a respirar fundo para tentar não cair no chão.

— A batalha começará em meia hora! Pedimos aos participantes que se preparem!

Marcos só não correu pois haviam muitos à sua frente.
Ao entrar no vestuário, ele se encontrou num empasse. Ele deveria chamar a administração e recusar-se a batalhar? Ou só tentar fugir? Não… Marcos já fugiu demais. Ele não deveria fugir mais. Mas… Ele não queria!

— Ei, maninho! — O loiro caminha em direção a Marcos, que está hiperventilando e coçando a cabeça como se houvesse mil insetos em seu cabelo — Uh… Você…
— SE EU TÔ BEM? NÃO. EU NÃO ESTOU BEM. NÃO ESTOU NADA BEM.
Walter suspira — Olha, Marcos… Eu sei que…
— SÓ ME DEIXA SOZINHO. POR FAVOR.

Walter inspira e prende, como quando alguém está a ponto de chorar, mas segura as lagrimas. Sem dizer mais uma palavra, ele apenas anda para o outro lado da sala, aonde permanece em silencio.
A outra dupla, no entanto, já estavam se preparando, conversando e discutindo suas técnicas.

Os trinta minutos passaram de forma estranhos. Eles pareceram demorar e ao mesmo tempo pareceram passar tão rápido.
Não foi exatamente tempo o suficiente para Marcos se sentir totalmente curado emocionalmente, mas o tempo sozinho no canto da sala lhe deu um alívio.
Ao serem chamados de volta, Marcos fez questão de ficar o máximo de distância de Walter, que tentava esconder um rosto triste. Estaria Marcos exagerando? Aquilo tudo aconteceu anos atrás, e antes disso eles eram até próximos! Mas dado a ocasião, ele não estava com cabeça para pensar em outras formas de agir. Ele só queria sair dali e voltar para cama dele, jogando videogame o dia todo.

— E que comece a batalha! — O anfitrião sinaliza.

Amaya liberou um Azumarill, enquanto Hugo libera um Parasect.
Walter libera seu Machamp. Marcos têm um breve momento de nostalgia. “Machoke evoluiu!” ele pensou. Ele se desligou desses pensamentos e liberou seu Aggron.

— Vocês têm as honras. — Hugo pede.
— Então que comecemos! — Walter toma um passo à frente — Machamp! Soco do Trovão!

Machamp cerra o seu punho inferior direito enquanto corre em direção à Azumarill. Marcos não precisou apontar o Pokémon que deveria ser atacado – dado a experiência em batalhas que os dois tinham, ele já sabia em qual Pokémon Walter tinha em mente.
Enquanto se aproximava, o punho de Machamp brilhou em um tom amarelo, até que faíscas começaram a sair. Aquele seria um grande soco.

— Parasect! Entre na frente!

Com grande rapidez, Parasect pulou para cima do Machamp, que freou devido ao susto.

— Agora use suas Esporas! — Parasect balançou seu grande cogumelo e liberou milhares das suas esporas tóxicas para cima do Pokémon humanoide, que, após tossir, entrou em estado de sonolência e caiu no campo de batalha. — Suga-Vida!

Parasect pulou em cima do Pokémon dormente e o mordeu nas costas, alimentando-se de seu Sangue.

— Não, Machamp!

Marcos paralisou por um tempo. O que fazer? Isto era uma batalha, querendo ou não, Walter e Machamp eram seus aliados no momento. Era seu dever ajuda-los.

— Hagane! Afaste o com um Ice Punch!

O grande Pokémon metálico correu em direção ao Parasect, fechando seu punho, carregando uma energia congelante nele.

Jato d’água! — Comanda Amaya ao seu Azumarill.

O coração de Marcos pula uma batida. Marcos se esqueceu completamente que havia um Pokémon com vantagem sobre ele. Aliás, a vantagem era praticamente total para os adversários.
Um grande Jato de água bateu em cheio no Aggron, que ficou sem reação por um momento.
Pra Marcos, aquele já era o fim. Não tinha mais como eles ganharem. Eles já estavam dominados.
Enquanto Marcos pensava na derrota melancolicamente, Machamp, de repente, prende Parasect com o seu par superior de braços.

— Boa Machamp! — Gritou Walter — Tacada Sísmica!

Machamp se levantou, mantendo Parasect preso com seus fortes braços superiores. Ele então salta o mais alto que pode e lança o Parasect no chão.
Marcos fica surpreso. O jogo estaria virando para ele?

— Hagane! Use… — Marcos não sabia o que pedir para seu Pokémon usar. Ele não conseguia pensar numa estratégia rápida. Qual Pokémon atacar? Que ataque usar? Ele não tinha tempo, então pensou na primeira coisa que veio em mente — Smart Strike no Azumarill!

Obviamente, essa não foi uma das melhores escolhas. Antes que Aggron conseguisse acertar, Amaya já estava preparando seu contra-ataque.

Água Barrenta!

Azumarill gritou aos céus, enquanto a ponta de sua cauda brilhou em azul claro. A terra tremeu gentilmente enquanto um grande volume de uma água suja e marrom apareceu do nada. A grande onda acertou em cheio Hagane, que foi arrastado pela água e detritos. Machamp também recebeu o golpe e foi arrastado, junto com Parasect. Porém, este não parecia estar sofrendo com a água.
Ao ver seu Aggron e o Machamp do seu parceiro deitados no chão, Marcos já percebeu que ele não tinha poder o suficiente para vencer. Ele nem deveria estar ali. Ele só estava “brincando de ser treinador”.

— Já era. Perdemos. — Ele disse.

Walter olhou para Marcos. Ele abriu a boca, querendo dizer algo, mas se segurou e focou na batalha.

— Machamp, ainda consegue se levantar?

O Pokémon musculoso fez algum esforço e se pôs de pé, usando ambos braços esquerdos para mandar um sinal afirmativo de “joinha”.

— Boa! Vamos pegá-los! Vamos usar aquilo! Tacada Sísmica!

O Machamp voou para cima do Parasect e o agarrou em um instante. O Pokémon inseto se debateu para se livrar, até tentando liberar algumas de suas esporas. Já sabendo do que essas esporas eram capazes, Machamp cobriu seu rosto e pulou, lançando então o pobre Pokémon sobre o outro Pokémon, causando danos nos dois. As esporas de Parasect se espalharam no momento da colisão, fazendo Azumarill cair no sono instantaneamente.

— Belo combo. Mas já imaginávamos algo assim acontecer. — Falou Hugo. Walter sentiu um arrepio subir seu pescoço — Aromaterapia, Parasect!

Parasect balançou incessantemente seu cogumelo, lançando uma nuvem de esporas róseas no campo. Essas esporas, porém, exalavam um cheiro doce. Ao sentir o cheiro, Azumarill despertou. No entanto, seu semblante havia mudado. Ele aparentava ter recebido uma grande dose de poder.

Rolo Compressor!

Azumarill correu e se jogou no chão, permitindo que seu corpo rolasse em alta velocidade contra Machamp. Antes que pudesse haver qualquer reação, seja do Pokémon ou Treinador, Azumarill acerta em cheio a barriga de Machamp, e o faz cair, deitado. O Pokémon tenta se levantar, porém, é recebido com outro golpe certeiro.

— MARCOS! — Walter grita desesperado pedindo ajuda.

Marcos sai de seu estado de melancolia para perceber que seu Pokémon havia levantado sem ele nem mesmo perceber. Hagane ainda queria continuar lutando.

IRON TAIL! — Marcos finalmente comanda.

Hagane corre até Machamp e rebate Azumarill usando sua pesada cauda antes que ele o atinja. Azumarill é lançado com tremenda força para trás, batendo nas paredes da arquibancada. Ele pareceu ter recebido muito dano com esse contragolpe. Os treinadores oponentes parecem ter ficado impressionados, mas logo seus rostos surpresos mudam novamente.

— Eu cansei disso. Marie? — O Pokémon coelho levanta, arranjando o máximo de força que ainda pode. Azumarill realmente são conhecidos por aguentar bem golpes duros — Água Barrenta!

O Pokémon mais uma vez evoca um grande volume de água barrenta pra cima do campo de batalha, acertando mais uma vez todos os Pokémon. Dessa vez, o ataque foi tão forte que até os treinadores foram atingidos, porém, acertando apenas suas pernas.
Após a água desaparecer, ambos Aggron e Machamp estavam no chão. Eles não pareciam ter muito mais força para continuar.

— Machamp e Aggron estão fora de combate. Azumarill e Parasect são os vencedores! — Anuncia o Juiz.

A plateia entra em frenezi enquanto Marcos suspira com pesar e retorna seu Pokémon, sem dizer uma palavra. Sem cerimônia, ele simplesmente se vira e vai embora, ignorando seu parceiro ir até os oponentes e agradecê-los pela batalha.

Marcos simplesmente entra no vestuário vazio e se senta no canto. Claro, aquilo foi um amistoso, mas ele perdeu na frente de todo mundo. Ele foi um fracasso como ele sempre desconfiou.
Ele segura uma lágrima enquanto seu rosto dói. E respira fundo, se afogando em pensamentos pessimistas. Talvez ele devesse apenas desistir disso tudo. Ele não tem vocação para batalhas. Todos estão errados e só falam isso para que ele se sinta melhor. Ou pelo menos é como ele pensa.

— Marcos? — Walter entra correndo no vestuário, procurando por Marcos por toda a parte, até encontra-lo em um dos bancos no canto. Marcos não diz nada — Foi… Uma boa batalha!…
— Vá embora.
Walter engole seco e suspira. Ele lentamente vai em direção ao rapaz do outro lado da sala e se senta próximo a ele.
— Podemos conversar?
— Não.
— Só… Me dá uma chance!

Marcos suspira. Ele então cede, apenas soltando um “hm” afirmativo.

— Então… Eu sei que eu agi de forma errada anos atrás, mas… Olha, eu não sou mais aquele cara! Eu mudei! E eu quero consertar as coisas! Eu quero que voltemos a ser amigos! — Marcos fica em silencio — Você é um treinador forte! Mesmo que tenhamos perdido, eu pude sentir que você melhorou muito! Tipo, você evoluiu seu Lairon e agora ele é um Aggron! E eu nunca vi um Aggron tão leal e bem cuidado assim, eles tendem a ser bem mais imprevisíveis e violentos! — Marcos continua calado — Por favor, Mark. Podemos começar de novo? Por favor?

Lágrimas escorrem o rosto do homem. Marcos acaba por perceber, após os fungados altos e inconstantes. Talvez Marcos realmente esteja sendo duro demais. Ele já pediu desculpas e também não era como se ele estivesse totalmente errado.

— Meu nome é Marcos. — O coração de Walter afundou. Pelo tom que Marcos falou, parece que ele estava recusando o apelido. Porém Marcos levanta seu rosto para mostrar um sorriso por detrás de olhos inchados e um rosto molhado — E o seu?

— Walter! É um prazer conhecer! — O rapaz não consegue mais controlar e deixa que o choro tome conta.

Os dois apertam as mãos, como um sinal de que tudo está acertado entre eles.

— Prazer em conhecer.

Um comentário:

  1. Yey, apareceu nosso colega do prólogo, meu deus que porrada eles receberam na abertura, depois dessa o comite decidiu desclassificar Mark pois ele não tinha o que é necessário para ser um líder lol, pobre Mark, pelo menos agora ele tem um novo velho amigo ^^

    Mais um lido, mais um para ler, até logo!

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