A História de um Gym Leader

terça-feira, 3 de março de 2020

Prólogo

4 comments

Notas Iniciais

Neste capítulo especial, será passado os eventos de dois anos antes do Primeiro Capítulo.
Este episódio ajudará à entender o Capítulo Um, assim como a história como um todo.
Obrigado e Boa Leitura.




O céu estava cinza. O vento era forte. O clima estava especialmente frio nesse dia, mesmo sendo verão – o que era de se esperar, na verdade, se tratando de um terreno montanhoso.

O Planalto Índigo é o local mais cobiçado entre os treinadores de Ambos Kanto e Johto. Era o local em que as duas regiões realizavam suas ligas. As pessoas que podiam acessar o local eram apenas treinadores de auto escalão, que já haviam coletado todas as insígnias de sua região.
Com exceção de trabalhadores do próprio local, também conhecidos como guardas, vendedores, faxineiros e médicos, ambos para pessoas e Pokémon.

Naquela época, a Liga Pokémon de Kanto e Johto eram as mesmas, logo, se você se tornasse campeão, seria campeão de ambas as regiões. Isso se resolveu apenas nos anos mais recentes, quando o Comitê de Batalhas Internacional resolver separar as duas ligas – porém, sem mudanças na localização.

Na frente do enorme prédio que sediava a Liga Pokémon, dois jovens batalhavam.
— Por que você não ataca? — Disse um dos jovens. — Vamos, Marcos. Por que não ataca?

O outro jovem suava.
O que fazer? Ele estava por um fio. Seu Pokémon, isto é, mas a batalha estava praticamente ganha contra ele. O Pokémon adversário, um Machoke, tinha vantagem quádrupla contra o dele, um Lairon. Ambos os treinadores já estavam sem Pokémon, e embora esta seja uma batalha casual, eles “baniram” o uso de itens, por assim dizer, pois queriam acertar algumas coisas.
Rock Slide não seria efetivo. Iron Head poderia fazer Machoke hesitar, mas... só se ele atacasse primeiro. Mesmo que seu Pokémon fosse mais rápido, ele já estava travado há 1 sólido minuto. Não teria como dar um ataque surpresa.

— Vamo’ logo, Marcos! Eu tô de dando esse turno! Ataque! — Disse o outro jovem, impaciente.
— Bu... BULLDOZE! — Comandou Marcos.
Seu Pokémon pisoteou o chão e mandou uma onda de choque para o Machoke, que acabou por levar um baque.
— Finalmente. — O outro jovem lançou um suspiro forte e continuou — Soco Dinâmico, Machoke.
Marcos sentiu o frio correr da base da sua coluna até seu couro cabeludo. — EVASIVA!!
Por pura sorte, o Pokémon metálico conseguiu desviar do ataque do adversário.

Qual ataque usar agora? Ele não queria perder a batalha. Era uma batalha decisiva!
— A-A... IRON HEAD!
— Segure ele!
Lairon correu em desparada para cima de Machoke. A energia concentrada em sua cabeça era tanta que ela chegava a brilhar. Machoke, no entanto, com toda sua força, se pôs em posição e segurou o ataque do Pokémon adversário. O impacto foi tanto que ele foi arrastado para trás.
Marcos sabia o que estava por vir. Machoke usaria seu Arremesso Vital. Sem pensar, ele simplesmente comandou — Rock Slide!
Pedras apareceram do nada e caíram sobre Machoke. A chuva de pedras relativamente grandes o fez tirar as mãos do Lairon para se proteger.
— É agora! Iron Head!
Lairon não perdeu tempo e deu uma cabeçada certeira na barriga do Machoke. O Pokémon Reptiliano perdeu o ar e caiu no chão, segurando sua barriga.

Marcos soltou um suspiro aliviado e caiu sobre seus joelhos, soltando toda a tensão de suas pernas.
— Volte. — Pediu o treinador adversário, sacando sua Poké Ball e retornando seu Pokémon — Você teve sorte.
— É- É! É o que os rivais sempre dizem! — Rebateu o jovem.
— Não, eu não tô dando uma de “rival malvado” ou sei lá o que. Eu tô falando sério. Você ganhou por sorte. — O jovem cruzou os braços e andou em direção à Marcos — Você não percebeu a situação que você ‘tava?

Marcos se levantou e deu um passo para trás. Ele se pôs em uma “posição de defesa”. Ombros encolhidos, um pé para trás, punhos cerrados protegendo seu torso. Ele nem percebia que ele se colocava daquele jeito.

— Eu sweepei metade da sua equipe – que nem treinada direito estava. Você só começou a ganhar por causa do seu Espeon, que eu não sabia que tinha a habilidade oculta dele. Como uns dois Pokémon meus tem ataques de status ofensivos você obteve a vantagem AÍ, mas depois disso você sequer soube dominar a batalha!

Marcos estremeceu. Ele mordeu os lábios e engoliu o princípio de choro que subiu sua garganta e pressionou seus olhos.
— E tem mais! — O outro jovem apontou — Você praticamente nem tem estratégia, praticamente não treina... E eu nem sei como você ganhou essas insígnias! Fez chantagem psicológica? Porque só se for!
— Eu...
— Eu não terminei. — Exclamou o rapaz — Você acha que os maiorais da Elite 4 vão esperar você ficar pensando por meia hora que ataque você tem que usar? — Ele aponta para o prédio da Liga Pokémon — Eles vão é fazer pudim de você se você pensar por mais de 5 segundos. Você tem que ter mais pensamento rápido, reflexo! Eu nem sei como você conseguiu dar aquela virada de jogo agora pouco! — O fica frente à frente com Marcos — Eu tô falando pro seu bem. Eu tô falando como amigo, Marcos. Tu tá agindo como um merda nas batalhas!

— POR QUE VOCÊ É ASSIM? — Grita Marcos. Seu rosto vermelho e olhos brilhando enquanto ele segura as lágrimas. Sua voz já está tremida e fungadas fortes são bem audíveis — VOCÊ SEMPRE FAZ ISSO! FALA QUE EU SOU RUIM, QUE EU SOU UM MERDA! EU NÃO SOU UM MERDA, WALTER! AMIGOS NÃO SÃO ASSIM!
— Eu não disse que você é um merda, por que você NÃO É. Você tem bons Pokémon, você sabe conhece muito bem as combinações de tipos, você sabe quais ataques são fortes e até consegue fazer uma montagem de ataques decentes – tem muito treinador que remove totalmente ataques de status pra colocar os ofensivos sem nem ter um plano B. Já você não! Tu cuida bem dos teus Pokémon, mas o jeito que você batalha-
— VIU? — Interrompeu Marcos — Você fala bem pra depois vir com a facada! Você só sabe criticar!
— É uma crítica construtiva! CRESÇA! EU SÓ QUERO QUE VOCÊ CRESÇA!! — Walter suspirou pesado e enterrou as mãos dentre seus cabelos dourados e olhou pros lados, respirando pesado, tentando se controlar — Olha. Eu cansei. CANSEI. Faz o que tu quiser. Eu não quero mais “brincar de ser rival” com você. Você sequer tenta. Tchau.

O loiro se virou e foi em direção ao prédio da Liga Pokémon, dando passos pesados e rápidos.

Marcos segurou seu choro, mas lágrimas escaparam suas bochechas. Ele respirava pesado enquanto cerrava seus olhos com raiva.

— Rawr — rosnou amigavelmente o Lairon de Marcos, beliscando sua calça. Marcos notou sua presença e se abaixou para acaricia-lo.
— Tá tudo bem. Eu tô bem, Hagane. — Ele respira fundo — Eu tô bem. Vamos pra liga agora. Vamos pegá-los!

Marcos se levanta e caminha para o prédio. Só sua recepção já era grande. Haviam mesas e cadeiras e televisões suspensas, sofás perto da parede, lojas de materiais de batalha pra um lado e a enfermaria Pokémon e refeitório do outro.

Ele não perdeu tempo e já colocou seus Pokémon para serem curados. Em uma tela, informações gerais sobre a saúde dos seus Pokémon passavam rapidamente, enquanto suas feridas eram tratadas.

Ele se vira e olha pra um dos televisores. Uma batalha estava passando no momento. Havia um jovem rapaz com um Kingler batalhando contra um homem mascarado com vestes formais que usava um Xatu.

— Esteve em uma batalha?
A enfermeira pergunta gentilmente à Marcos, que se surpreende e demora alguns segundos para captar a informação e responder.
— Oh, eu... Sim, estive.
— Entendi... — Ela olha pra tela — E essa foi das boas, ein?
— Hm-hum. — Marcos responde, de forma apática.
A enfermeira arqueia as sobrancelhas percebendo a evasão do jovem e se volta para a máquina.


Ding ding ding-ding-dong.


O jingle da máquina informou que os Pokémon já estavam curados. A enfermeira rapidamente retorna as Poké Balls ao jovem em uma bandeja.

— Aqui estão seus Pokémon. Tome cuidado e volte sempre que precisar.
— Obrigado. — O jovem acena e se vira.

Ele suspira e caminha em direção às escadas. Ele vai fazer isso. Aqui e hoje. Ele vai desafiar a Elite 4 e mostrar para Walter de uma vez por todas que ele está errado.

De repente, um jovem desce correndo as escadas, chorando. Marcos deu um passo para o lado para que ele não fosse atropelado. Ele observa curioso a cena do jovem indo embora. Havia ocorrido alguma coisa? Ele o conhecia de algum lugar?

— O cara foi O-BLI-TE-RADO, velho! — Falou um homem sentado em um dos sofás — Nem do Will ele passou!
— E aí, vai tentar hoje também? — Perguntou uma mulher do seu lado.
— Oxe! Vô nada, rapaz! Pra eles me comerem com areia? Eu tenho pena do meu time!

Marcos engole seco e fica parado por uns segundos. Ele então balança a cabeça e dá tapas leves no rosto. “Continue!” Ele pensa alto.
Ele sobe as escadas e caminha ao grande portão de entrada da Liga. Um homem guarda o portão de entrada.

— Boa Tarde, jovem. Você quer desafiar a Elite dos 4 agora?

Ele engole seco — Sim.

— Ao entrar, você não pode sair até terminar todas as batalhas ou desistir. Caso você perca, você terá de começar o desafio contra a Elite dos 4 tudo de novo. Você está certo disso?

Marcos travou. Ele queria responder “sim”. Sua mente dizia “sim”. Mas ele não conseguia dizer.

Pensamentos fluíram sua cabeça. Ele estava pronto? Ele realmente queria isso? Ele estava preparado? Walter... tinha razão?

— Deixa pra lá. — Marcos respondeu, se virando.
— Tem certe-
— Não, deixa pra lá. Eu... desisto.

Marcos desceu as escadas lentamente e de cabeça baixa. Ele sai do prédio e respira. Ele fraquejou. Ele sabe que Walter tinha razão. Ele sabe que irá perder se tentar. Ele não está preparado.

— Desistiu? — Um senhor com um Abra pergunta. Marcos sabia exatamente o que o Senhor queria.

— Quanto é?
— 20 contos. — Marcos enfiou a mão no bolso e retirou uma nota de 20, entregando ao homem — Apenas imagine a sua casa e Abra fará o resto.

Marcos respira e imagina-se na frente de casa. Ele sente um formigamento leve cobrir seu corpo. Ele solta o ar de seus pulmões num sopro rápido e abre os olhos bruscamente. Ele estava em casa.

As luzes estavam apagadas, seu pai devia ter ido trabalhar. Ótimo. Ele não queria seu pai lhe perguntando como ele estava, porque desistiu nem nada. Ele só... queria ficar sozinho.

Ele entra em casa, entra no seu quarto e fecha a porta.

Ele se deita na cama e desaba no choro.

Ele falhou.


4 comentários:

  1. Tentar e perder eu entendo, mas nem tentar...

    Olá Sonny! Como anda?
    essa amigo do Marcos, o Walter devia encorajar o Marcus a tentar a liga e não o oposto, neste ponto eu concordo com o jovem, não é algo que um amigo faria.

    Foi um prólogo bem escrito, gostei da história, mas acho que eu teria gostado mais se a batalha do inicio tivesse sido mais expandida, sei que é só um prologo mas eu ainda tenho fome por batalhas detalhadas hehe

    Bem vou ler o cap 1 para me inteirar mais de sua história até já.

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  2. Eaê, man! tdb?

    Realmente, o Marcos errou bastante. É algo dele a desistência e falta de auto confiança.
    Walter foi bem grosso mesmo. Mas todos tem o jeito de se expressar 🤔
    Muito obrigado! Focarei mais nas batalhas em próximos capítulos!
    Até a próxima!

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  3. Sonny, beijo no b*ga meu cumpadre! Beleza?

    Porra, meio pesado isso aqui!Temos um personagem complicadinho sendo apresentado aqui.Um rapaz que não treina, não pensa em estratégias e ganha, mas por pura sorte. E, quando este recebe o aviso de que sua sorte pode acabar, ele se altera, mas após um tempo percebe que tem verdade nessas palavras, e decide pisar fora do mais alto nível ao qual ele iria adentrar. Pesado não?

    Sobre a escrita, tem umas coisinhas que devem ser revisadas depois, mas bobeira.

    Valeu e até mais!

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    1. Eaê! Tudo bem?
      Haha, sim, eu gosto de dar esse toque aos personagens. Personagens muito alegres e que sempre conseguem tudo e blablabla de anime shonen são um pouco chatos pra mim (apesar que eu ainda assim gosto de alguns kk). Gosto de personagens mais complicados, com mentes diversificadas... É isso que eu quero trabalhar neles!
      Obrigado por ler e pelo toque! :D
      Irei revisar as coisas assim que possível.
      Valeww!

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